segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

JANELA DE GRADES

JANELA DE GRADES



Na frívola cegueira da realidade

Resta-se o sonho aprisionado

Num ostensivo canteiro de cruzes de ferro

Plantadas na laje fria da janela.



Cansou-se a garganta de violar silêncios

Clamando no vazio escuro

A ignomínia dos dias expurgados de sol.

Confundiram-se cedo na ferrugem as últimas lágrimas

Agitadas pelo vento sorrateiro que espreita a janela

Atiçado pela nortada de inverno.





Estranho e falso este calor aparente

Este pulsar profanado da alma inconquistada

Senhora incontestável do destino

Vergada que não foi à ira obsessiva e cega

Das ideias amortalhadas

De quem se intitula senhor do mundo.



Autoria: José Manuel Alves


Sem comentários:

Enviar um comentário