sábado, 30 de junho de 2012

CASTELO DOS MOUROS




Castelo 

Sou a memória viva do passado
Alimento de lendas os fantasmas que me habitam.
Nas pedras dos meus caminhos
Fogosos corcéis correm à toa
Arrastando no chão mantos de cetim.

Sou Filho da História
Bastardo de reis e tiranos.
Gerado entre conquistas e derrotas,
Não me vergo sob o peso dos séculos.

Semeio em cada recanto
 Versos de eternidade
Sou um jovem senhor do tempo
São meus os exércitos imemoriais
que se espalham e se escondem
Entre o granito cansado das muralhas.

Tu que entras..
Curva-te perante a realeza irrepreensível
Das minhas torres de grandeza imortal.
Eu sou a memória viva do passado
Alimento de séculos
Os fantasmas que me habitam.


photo e poesia
José Manuel Alves

terça-feira, 26 de junho de 2012

Ruínas De Uma Igreja



RUÍNAS DA IGREJA     

Quem te disse que a vida é eterna flor
Quem sobre ti escreveu eternidade
Quem te revestiu de árvores de saudade
Alguém que nunca soube o que é o amor

Crescem-te nas entranhas vivas flores
Que Na Primavera espreitam à janela
Como querendo prostrar-se na lapela
Dos que passam indiferentes às tuas dores

Quem te abandonou? Que importa?
O Inverno já espreitou a tua porta
Não é a vida um constante derrubar?

Outrora eras Igreja, eras menina  
Hoje o teu destino é a ruína
Ruindo… ruindo até tombar.

Photo e poesia
José Manuel Alves

domingo, 24 de junho de 2012

O Buraco do Tempo






 UM DIA NOS ENCONTRAMOS POR AÍ

Estáticos e mudos no adeus da separação
O atravessar de muros e destinos divergentes.
Muito ficou por dizer e por fazer
Dificilmente voltaremos a falar de poesia
De banalidades, ou fotografia
Tão pouco voltarás à minha secretária
E pedir o meu afia lápis.

Vivemos sob a alçada implacável da vida
Que desde  o tempo de escola nos rouba os amigos
E os consome no turbilhão fantástico do esquecimento.
Dificilmente voltaremos a zombar com ironia
Dos assuntos sérios, ou demagogia
Tão pouco voltarei  a buzinar ao teu aceno
Na ultrapassagem  irreverente da autoestrada.


Tangenciamos tantas vezes os nossos caminhos
Repartimos angústias, ansiedades e conquistas
Sonhamos  em conjunto a Primavera.
Dificilmente voltaremos a falar de astrologia
De carros, filmes, audácias ou até de fobia
Tão pouco voltarás  à minha secretária
Carregando novidades domingueiras

Mais uma pedra se junta no muro da separação
O começar de destinos divergentes
O pressentimento e último olhar
De alguém a ser engolido pelo tempo.

No carrocel estonteante das vontades
Quem sabe? Um dia nos encontramos por aí.

Photo e poesia: José Manuel Alves


sábado, 9 de junho de 2012

CANTAR LORIGA




CANTAR LORIGA


Quando alguém espreita do mirante
Deslumbra-se o visitante
Numa imagem sem igual
Loriga é das vilas mais bonitas
Mais vistosas, mais catitas
Deste Nosso Portugal

Chega o Inverno veste-se de branco
Refugia-se no manto
Que a neve abençoou
Como um postal ilustrado
No seu brilho imaculado
Que a natureza pintou.

Refrão 1

Anda vem cantar esta cantiga
Vem a Loriga! Vem a Loriga!
Espreitar as casas pequeninas
Ver as ruas estreitinhas
Ouvir o povo Cantar.

Anda vem daí vem a Loriga
Conhecer a nossa gente
Como brilha o seu olhar
Quando do mirante, orgulhosos
Os Loriguenses vaidosos
Não se cansam de a mirar.

Refrão 2

Anda  vem daí desce à ribeira
Vem ver as Aguas a borbulhar
Nas cascatas de águas cristalinas
Que Descem pelas colinas
E Encantam o nosso olhar

Anda vem daí rimar cantigas
com as raparigas
Desta Vila sem igual
Em Loriga nasceu a beleza
Brindou-nos a natureza
Com A Praia Fluvial.


Nossa Senhora da Guia
Abençoa noite e dia
Os filhos da nossa terra
Imigrantes pelo mundo
Divulgam com amor profundo
A estrela da nossa  serra

Nas  noites de São João
Dançamos de mão na mão
E Saltamos a fogueira
Quem ama Loriga não esquece
Toda a gente se conhece
Desde o fundo à carreira.

Música, Letra e Vídeo
Autor: José Manuel Alves