quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Adeus CARLOS


Hoje morreu um homem que


 nos conquistou pela simplicidade e pelo vigor da sua alegria. Um amigo, um irmão
descansa em Paz Carlos.

UM DIA NOS ENCONTRAMOS POR AÍ

Estáticos e mudos no adeus da separação
No atravessar de muros e destinos interrompidos
Tanto ficou por dizer e por fazer
Jamais voltaremos a falar de poesia
De banalidades, ou fotografia
Tão pouco voltarei a sorrir
Na alegria das tuas graças.

Vivemos sob a alçada implacável da vida
Que desde o tempo de escola nos rouba os amigos
E os consome no turbilhão fantástico do esquecimento.
Dificilmente voltaremos a zombar com ironia
Dos assuntos sérios, ou demagogia
Tão pouco voltarei a buzinar ao teu aceno
Na ultrapassagem irreverente da avenida

Tangenciamos tantas vezes os nossos caminhos
Repartimos angústias, ansiedades e conquistas
Deixaste connosco a saudade da Primavera.
Dificilmente voltaremos a falar de astrologia
De bola, filmes, audácias ou até de fobia
Tão pouco voltaremos a sorrir
No contágio da tuas histórias divertidas.

Mais uma pedra se junta no muro da separação
O começar de destinos divergentes
O pressentimento e último olhar
Para alguém prestes a ser engolido pelo tempo.

No carrocel estonteante das incertezas
Quem sabe?
Quando nos reencontraremos por aí?

Autor: José Manuel Alves