quarta-feira, 30 de outubro de 2013



A PONTE

Sou a passagem entre o aqui e o além
Trago do passado a força do saber
O eco dos passos nos caminhos cansados.

Sou memória de fantasmas vivos
De rostos esvaziados de vida
De conversas engolidas
que nem o tempo, nem os homens calaram.

Ergo-me numa simplicidade majestosa
De quem tanto viu e sentiu
Venho do fundo das mágoas
Do limite das vontades.
Lego a esperança aos olhares ansiosos
Que aqui me  atravessam e  se perdem no além

Corre-me no granito frio
A vontade de consumir gerações
E de me restar reflectida
no espelho das águas paradas
Aqui deste lado
de braços abertos até ao infinito..
 

José Manuel Alves Set/2010




segunda-feira, 14 de outubro de 2013

ETÉREAS FANTASIAS






ETÉREAS FANTASIAS



Obstinada mente, plena de fantasias

Ofuscadas por incensos sufocantes

Fragâncias de amores frementes

Nacarados de vinhos espumantes



Plácida a mortalha da razão

No rodopio abissal da demência

Jaz na gasta ancestral esperança

Penumbra de paz e decadência



Dedos de fantasia ultrajados

Apertados anéis de fino traço

Mãos de esmolas, de carinhos

Na efémera fantasia dum abraço.



José Manuel Alves