sábado, 13 de abril de 2013

A PRIMAVERA





 A PRIMAVERA



Acalmou-se a ribeira enfurecida

Desce agora, em paz

No seu leito selvagem

Ladeado aqui e além

Por salgueiros e giestas dançando na brisa

Desafiando a mudez dos cômbaros

Esgarrados pelas silvas

Num sereno convite a despertar.



Já não se vê a neve na Penha de Águia

Calou-se o vento na garganta

Solta-se o zimbro do cativeiro

Esvazia-se o curral

O gado enche todo o nosso olhar de sons

Num concerto despautado

Dos chocalhos descompassados e melancólicos.



Na surreal magia

As flores

Como um grito apaixonado

Soltam no ar os seus odores

Vestem-se de vivas cores

E o amanhecer nebulado

Da natureza severa

Gera um sol alaranjado

E em jeito de recado

Reinicia a Primavera

autoria:

José Manuel Alves


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