sábado, 17 de março de 2012

SINOS



POEMA DOS SINOS

Bradam os sinos de bronze

Numa súplica de alegria.
Tinem pelas ruas adormecidas
Badaladas sonantes

Vibrantes
Em cadência pautada.

Tocam os sinos de bronze

Num tinido cristalino
Anunciando as horas
Das núpcias ou procissão
Do recolher ou da oração
Na alternância do balançar dos badalos
Ora aturdidos ora eufóricos
Repetidamente martelando o carrilhão.

Repicam os sinos de bronze

Ouvem-se de perto e de longe
Fazendo vibrar o silêncio perfumado
Das ruas cobertas de giestas e rosmaninho
Sobre o pálio festivo.
Em Dia de Ramos.





Tocam os sinos a rebate

E o povo junta-se na Praça
Com clamor, punho no ar
Erguido contra a desgraça.

Calam-se os sinos da igreja

E nasce o silêncio da paz
Das almas confortadas
No regresso ao abismo calado
Do adormecer sereno.

Pho e poesia:José MAnuel Alves

Sem comentários:

Enviar um comentário