quinta-feira, 22 de março de 2012

O TEJO E A PONTE


A PAISAGEM DUM SONHO

Como um rio adormecido

No abandono das marés idas
Sento-me e descanso
Nesta paisagem de beleza adivinhada.

Em tempos… imaginei o mar

Na ambição das minhas janelas.
Um navio de sonhos!
Velas de pensamentos!
Navegar à bolina ao sabor do acaso
Nas linhas sinuosas e irreverentes
Duma juventude de destinos por editar.

Sulquei mundos de solidão

Onde se escreve saudade com palavras mordidas
Ali! onde as esperanças anoitecem em cada madrugada
E as mãos se retorcem ansiosas
Numa espera de tortura.

Pela madrugada, quis voltar

Às saudades da paisagem do meu Tejo
Ancorado num azulejo de beleza adivinhada
Numa passividade arrepiante
Contando as horas
Até que de novo sinta
O ressuscitar das marés

Photo e poesia:

José Manuel Alves

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