segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Recantos de Loriga



SONETO - RECANTOS DE LORIGA


A paz inquieta destas ruas é sentida
Ausência de quem nas esquinas te marcou
Com saudades duma infância breve e perdida
Num tempo que partiu e não voltou

Escuta-se no silêncio a chiadeira
Dos “rendízios” de gancheta, lá no fundo
Pés descalços , com sorrisos na algibeira
Um quase nada, que valia o mundo

Passo e repasso meditando quedo
na multidão que já fomos, nas histórias
Dessas crianças adultas muito cedo

Choro as ruas vazias e os recantos.
Ali …onde só os teus filhos lêem as memórias,
Os outros, apenas vêem os teus encantos.


Photo/Poesia: José Manuel Alves

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