quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Crepúsculo


CREPÚSCULO

Aos poucos o endoidar do tempo
Despeja no crepúsculo um sol cansado
As horas suspiram o entardecer
Nas sombras que se vestem de luto.

Queria tanto acreditar na verdade
Dos teus passos repisando as pegadas
Que os meu pés apressados
Esculpiram na areia molhada da praia


Queria tanto
Que esta luz doirada que persiste e me cega
Me iluminasse no estonteante reaver
Das cinzas da nossa paixão dolente
Que o vento vaidoso e cruel
Espalha sobre as ondas suaves

As tuas mãos nas minhas
Erguidas como uma espada
Foram um monumento de crer
No incontável arrebatador destino
Que desenhamos dias a fio.

As horas suspiram no entardecer
Já nem o tic tac cansado do relógio
Apazigua o cavalgar do esquecimento
Nem o céu ornado de cetim
Acalma os meus olhos
Desmesuradamente abertos
De incrível espanto.

Queria tanto que o sol nascesse agora
E acendesse no teu rosto a Primavera
Como no Primeiro dia
Em que peguei na tua mão e disse:
Anda! Vamos ver o mar.

Autor: José Manuel Alves

Sem comentários:

Enviar um comentário