sábado, 11 de agosto de 2012

PAPOILA






PAPOILAS
Rubro incandescente e altivo
Sobre o trigal.
Papoilas são gritos
Gargalhadas de sangue
Labaredas de lume
Nas cores mansas do pastoreio.

Odores de venenos libertinos
Estames de ópio viciante
Desafios à inocência serena
No vermelho de esperança
Das hastes e corolas aveludadas.

Papoilas
São obras de arte
Belezas alucinantes em sobressalto
Primaveras angustiadas
Aguardando as foices de dentes ávidos
Nas mãos de moçoilas de olhar ausente.

Esquecidas...
Restam-se no chão
Esvaindo-se lentamente
Como gargalhadas de sangue
Entre as ervas daninhas do restolho

 Autor. José Manuel Alves






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