quinta-feira, 3 de novembro de 2011

CÉU DE FOGO

                          

Céu de Fogo



Os céus inflamam-se

Numa multiplicidade de labaredas encarniçadas.

As nuvens ardem de ansiedade

Atiçadas Pelo crepúsculo do Poente.

Cobriu-se o dia de sombras envergonhadas

Dançando como fantasmas espantados

Em redor da fogueira incongruente.



Morreu a tarde ensolarada

Enfeitou-se de urzes escarlatina

Nas asas dos moinhos lá no fundo

Sobre o fascínio dos montes escarpados

Como tentando erguer-se, moribundos

Sobre a magia da dor que se amotina



Pinto os meus versos de vermelhos

Escurecidos e apagados no horizonte

Com rimas afogueadas de sede

Ruborizadas de luzes

Enlouquecidas de serenidade.



As minhas horas, os meus séculos

São a eternidade deste por de sol

Numa sinfonia infinita

Escrita numa partitura de luz

Que me encanta e seduz

No estertor do dia que se fina.


Photo e poesia: José Manuel Alves

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