sábado, 8 de outubro de 2011

O OCEANO


O OCEANO

O que haverá no fundo do oceano
Que me cativa e encanta
Como um feitiço
Numa alucinante vontade de viajar.
Que haverá nas aguas abismais
Frias como as mágoas dos meus sonhos
Que me abraçam e embriagam
Numa vontade louca de navegar.
Que haverá nos murmúrios das tempestades
Que me seduzem e incutem
O desejo de os seguir.
Que haverá nos mistérios do desconhecido
Que me fascinam e arrastam
Na vontade de os sentir.
Que haverá nesta alma de marinheiro
Com coração de rebeldia
Que numa profunda heresia
Desafia o desconhecido.
Que coração bate no peito deste povo
Que embarca em cascas de noz
E regressa conquistador elegido.
Que alma, que ânsia
Que furor
Que desejo
Que destemor
Te acorrenta e conduz
Onde os novos mundos
Se desfazem
Em rios de luz?

Perguntei aos ventos

Responderam numa só voz
É apenas a garra dos antepassados
Portugueses, teus avós.

photo e poesia: Jose Manuel Alves

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