sábado, 10 de setembro de 2011

PENSAMENTOS E IRONIAS DE UM BURRO


PENSAMENTOS E IRONIAS DE UM BURRO

Não me levanto cedo!

Não corro apressado
Para o trabalho
Pelo atalho das avenidas
Pejadas de gente
Cansada e Sonolenta
Para ganhar uns tostões
Com que pagar os milhões
De obrigações
De uma vida de faz de conta.

E ainda me chamam burro?


Não sou eu que vivo empilhado nas cidades

Cansado das modernanças
Dos políticos, das finanças
Do ar irrespirável
Ou odiando
O condutor embriagado
Que pela manhã se lembrou
De atropelar a vida de um cão
Da incógnita e atónita dama empertigada
Mal equilibrada nos seus saltos altos de senhora fina
Que desatina enquanto exibe
A sua nova expressão de morta
Na cara torta
Que o cirurgião lhe arranjou
Com desconto.

“O Burro sou Eu?”

“O Burro sou eu?”

Perante o meu enigmático encolher de ombros

Chegou mais perto...
Abriu-se num sorriso
E disse com ar prazenteiro:
(Aqui pra nós)
Gozasse eu dos favores
Que têm certos senhores
Até seria engenheiro
Photo e poesia by: José Manuel Alves
 

Sem comentários:

Enviar um comentário