sábado, 24 de setembro de 2011

MIÚDOS E HOMENS DE LORIGA



MIÚDOS E HOMENS DE LORIGA

A fundura dos poços de Loriga

Mede-se pelos homens que encobrem
Enquanto os miúdos, “dinqueiros”
Secam estirados ao sol
Sobre as fragas de granito polido

As ribeiras não têm segredos!

Eles conhecem-na como ninguém
E são muitos os heróis
Que tocaram o fundo do "caldeirão" e do "inferno".

A fundura dos poços de Loriga

Mede-se com homens de coragem
Homens que a seu tempo
Desafiaram a rudeza da serra
E foram pastores, mineiros
Agricultores, operários
Homens de saber
Ou gente apenas.

Em Loriga os homens nascem marinheiros

E navegam bem cedo os barcos de "carcódoa"
Ladeando-os rego abaixo
Em incessantes correrias
Por ruas e quelhas
Horas a fio
Contrariando o cansaço.

A grandeza dos que partiram

Mede-se na saudade
E no irresistível desejo de voltar a mirá-la lá do alto
Olhos desmesuradamente espantados
Como se fosse a primeira vez
E senti-la incrivelmente bela
Serenamente ajoelhada na ribeira
Enquanto os miúdos "dinqueiros"
Secam estirados ao sol
Sobre as fragas roliças
De granito polido.

Photo e poesia: josalvespt

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