É SEMPRE MADRUGADA
É sempre Madrugada
Quando falamos de amor
Como uma flor desabrochando
Num corpo de segredo
È sempre madrugada
Quando o dia acorda
No soluçar da voz
De mágoas riscadas
À flor da pele
Desprendem-se do ar as letras
Com que escrevemos saudade
Num curto lampejo
Quando os teus olhos
Me golpeiam de tentações
E se perdem na bruma
O amanhecer
É um silêncio magoado
Entre os abraços fugidios
E os beijos fortuitos dos amantes
Emparedados na incerteza do tempo
Bolsos vazios de ilusões
O amanhecer
É como uma esmola feiticeira
Avidamente guardada à cautela
Sempre que falamos de amor
E nos perdemos em delírios
Num corpo de segredo.
Autor: José Manuel Alves
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