O MAR TUDO ME DIZ , TUDO ME CONTA
Olho o mar e fico a pensar
O mar tudo me diz
Tudo me conta.
O oceano é um grito plangente
Em mística linguagem
Aos meus ouvidos
Como um cavalo a
trote
Afugentado por
melodias
De voz amarga
O mar é tão grande
Que não cabe na minha
janela
De tão inquieto e
arisco
Nem um punho de força
o prende
Perdido que fica
entre as lamúrias
Das ladainhas e
preces de morte anunciada.
As sereias são as
suas namoradas
E agitam-se
enciumadas
Afogando as traineiras
Em mistérios e lendas
Num constante
derrubar.
O mar é lonjura
É sal de lágrimas
È maldição das vagas
Explodindo em arco na
areia da praia
Num ribombar gritante
De cólera incontida.
V ersos de fascínio e
magia
Secretismos de
lonjuras
Baloiças ao entardecer
Em alisamentos suaves
De Inconsequente acalmia.
Ajoelho-me na areia
Olho o mar e fico a
escutar
O mar tudo me diz
Tudo me conta.
Autor: José Manuel Alves
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