DOR
Dói-me por demais esta lonjura
Esta ausência de ter ver, este mutismo
De tão longe, esperar-te é uma loucura
Pairando no silêncio deste abismo.
Dói-me o Outono desnudando as avenidas
Onde os teus olhos amantes, na cidade
Esculpiram em cada rua, em cada esquina
Um coração, numa moldura de saudade.
Dói-me o amor platónico, impossível
No teu corpo tantas vezes palmilhado
Dói-me o efémero ciúme em ti visível
O tédio de não poder estar ao teu lado.
Foto e posesia: José Manuel Alves
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