BOLA DE CRISTAL
Pela minha janela
Entram sombras obtusas
Fantásticas, disformes, confusas
Luar de Agosto no chão
Figuras desalinhadas
Corpos híbridos crescendo
Sereias emergindo das mágoas
Baloiçando-se no chão
No espaço tangente das águas
Como bola de cristal ardendo
Entre os dedos da minha mão.
Sonhos desassossegados
Ornados de nuances doiradas
Escapulindo-se assustados
Na noite por acontecer
Na adrenalina estonteante
De prosaísmos cansados
De amanhãs por viver.
Fecho os olhos!
Será sonho ou panaceia
Verdade ou invenção?
Hoje é minha lua cheia
Como bola de cristal
Entre os dedos da minha mão.
Photo e poesia: José Manuel Alves
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