A PONTE
Sou a passagem entre o aqui e o além
Trago do passado a força do saber
O eco dos passos nos caminhos cansados.
Sou memória de fantasmas vivos
De rostos esvaziados de vida
De conversas engolidas
que nem o tempo, nem os homens calaram.
Ergo-me numa simplicidade majestosa
De quem tanto viu e sentiu
Venho do fundo das mágoas
Do limite das vontades.
Lego a esperança aos olhares ansiosos
Que aqui me atravessam
e se perdem no além
Corre-me no granito frio
A vontade de consumir gerações
E de me restar reflectida
no espelho das águas paradas
Aqui deste lado
de braços abertos até ao infinito..
José Manuel Alves Set/2010