O MUSGO
Na terra em que tudo é belo
Não deveria o musgo, sê-lo?
Mãos de criança ao colhe-lo
Inocentes! afinal
O musgo verde e viçoso
Irá colorir, vaidoso
Os presépios de Natal.
Musgos da cor dos teus olhos
Num tapete de esperança
Ficaram-me na lembrança
Num passado surreal
Num pensamento saudoso
O musgo fino e sedoso
Enfeitando o meu Natal
O pastor e as ovelhas
De grosso cartão desenhados
Os caminhos polvilhados
De farinha grossa e usada
Espelhos brilhando nos lagos
Pontes de arcos enfeitados
No patamar da minha escada
No musgo verde e viçoso
Redescobri-me criança
Veio-me hoje à lembrança
O passado primoroso
E no musgo pequenino
Fui rei com o Deus menino
No meu presépio saudoso.
Autor: José Manuel Alves
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