LONJURA
Tão perto de tão longe estás que não resisto
Transformar as avenidas de Lisboa
Em gaivotas de luz, voando à toa
E procurar-te onde decerto tu existes.
Estendo a mão, convicto, toco em ti
Como se o teu corpo do meu se desprendesse
E num longínquo abraço estremecesse
Tão distante mas tão próxima te senti
Se para te ver o pensamento atravessasse
A luz que os teus olhos irradiam
Não haveria obstáculo que o travasse
Teus olhos outros olhos não veriam
Tão-somente aqueles de quem te amasse
E tão perto, de desejo arderiam.
Autor: José Manuel Alves
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