Só quem esteve por lá, sabe o que é a emoção de procurar o nome dos amigos
entre os milhares de nomes que enchem as paredes. A minha Homenagem para
todos eles.
A GUERRA
Olhai-os tisnados pelo sol
Arma a tiracolo, Olhos abertos
Prontos a matar e a morrer.
Ali tudo lhes é indiferente
E sem medo avançam ao encontro da incógnita.
Seus pensamentos vagueiam longe
Acariciando perenes recordações
O filho, a noiva, a mãe...
Que importa? Estão na guerra!
De cada árvore que avistam
Esperam uma bala com o seu nome
Mas não param.
Olhai-os!
Vede como se amam…
Reparai que junto dos que caiem
Fica um pouco dos que avançam.
Só a ilusão de um fim
Lhes dá a hercúlea coragem e força
Para vencerem a fome, a sede, o sono.
Um dia, talvez sorriam felizes
No entorpecimento cansado da angústia
Ou, quem sabe?
Alguém verá o seu nome
Escrito e alinhado entre milhares
Num memorial de lápides de mármore gelado
Num epitáfio de reconhecimento inglório
Àqueles que pela sua Pátria
Tudo deram e tudo mereceram!
Tudo deram e tudo mereceram!
Tudo deram e tudo perderam.
E aos quais nem sequer lhes sobrou
A vida.
A vida.
Photo e poesia: José Manuel Alves
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