Céu de Fogo
Os céus inflamam-se
Numa multiplicidade de labaredas encarniçadas.
As nuvens ardem de ansiedade
Atiçadas Pelo crepúsculo do Poente.
Cobriu-se o dia de sombras envergonhadas
Dançando como fantasmas espantados
Em redor da fogueira incongruente.
Morreu a tarde ensolarada
Enfeitou-se de urzes escarlatina
Nas asas dos moinhos lá no fundo
Sobre o fascínio dos montes escarpados
Como tentando erguer-se, moribundos
Sobre a magia da dor que se amotina
Pinto os meus versos de vermelhos
Escurecidos e apagados no horizonte
Com rimas afogueadas de sede
Ruborizadas de luzes
Enlouquecidas de serenidade.
As minhas horas, os meus séculos
São a eternidade deste por de sol
Numa sinfonia infinita
Escrita numa partitura de luz
Que me encanta e seduz
No estertor do dia que se fina.
Photo e poesia: José Manuel Alves
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