O PONTÃO
O pontão onde me sento e descanso
No enlace do entardecer com a noite
Onde medito e questiono às horas
Num sereno desafio do tempo.
Olho o baloiçar das águas
No crepúsculo de inúteis preces
Augúrios de naufrágios sentidos
De vontades à flor da revolta
Passeando-se sobre os abstractos
Pensamentos dum amanhã por acontecer.
Divago em espirais de infinitos desejos
Estendo os meus braços em direcção ao vento
E deixo que a chuva apague os sinais das lágrimas
Num arco-íris febril de deslumbramento
Que me arrasta e me afasta
Das violetas defuntas
Que os teus olhos plantaram
No jardim dos meus sonhos.
Photo e poesia: José Manuel Alves
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