A CASCATA
Apressada, na dureza do granito
Descendo da serra até ao chão
Colorindo de branco o verde musgo
Que enfeita os contornos arredondados
Das pedras sedentas da ribeira.
Águas passadas não voltam!
Qual pintor, sem falsa modéstia
Rendido incondicionalmente
À beleza das águas transbordantes
Manipula um pincel de talento
E desenha nos nossos olhos surpreendidos
um quadro surreal.
Resto-me em doce vertigem
No borbulhar crescendo das águas cantantes
Cristalinas, gélidas mas vibrantes
Como uma sinfonia de sons
Nos prazeres do Outono agreste.
Photo e poesia: José Manuel Alves
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