domingo, 30 de março de 2014

PRETO E BRANCO




PRETO, BRANCO e CINZA



O preto e o branco

Alternância de cores

Unem-se na cinza

Perdidos de amores



O negro da noite

O branco da neve

A cinza do fogo

No fogo da sebe



O negro do adeus

O branco do lenço

Pálidos amores

A cinza do incenso



O negro do asfalto

O branco da paz

A cinza da vida

Já tanto me faz.



Autor: José Manuel Alves

sábado, 22 de março de 2014

DIA DO PAI



NO TEU DIA!

Nunca saberei o que escrever ao certo sobre ti,
                                          capaz de fazer justiça ao que foste
Nunca encontrarei  frases que te definam
Porque tu sempre foste maior que as palavras.

Albergavas na simplicidade o saber  dos homens grandes
Tiveste a força incomensurável dos humildes
Sempre  te norteaste pela justiça e verdade
Porque sempre foste maior que a vida


Trilhaste a pulso os teus próprios caminhos
A todos transmitias a segurança do que a vida dura te ensinou
Tiveste  o poder  criativo duma inteligência superior
Porque tu sempre foste maior que  a alma


Ensinaste-nos o conceito de família
De tudo fizeste para que nada nos faltasse
Foste um exemplo de dignidade em todos os lugares
Porque tu sempre caminhaste além dos teus passos.

Tenho saudades tuas, Pai.
Pena que não sei fazer melhor
Sempre fostes maior que  as minhas palavras.

José Manuel Alves

RIBEIRA DE S.BENTO


terça-feira, 18 de março de 2014

GARGANTA DE LORIGA



A GARGANTA

A garganta que me espanta
Que me seduz e encanta
Na alternância das águas vagarosas
Serpenteando serenas
Como um rio de cristal
Ou revoltas como enfeitiçadas
Na pressa com que galgam afoitas os penhascos
Desenhando caminhos de incerteza
Em direção ao fundo
Extravasando os obstáculos que as prendem
Caindo inertes em cascatas  e bicarões
 Sobre as pedras mudas e disformes
Que as dividem e as encaminham  na ribeira.


Gélidas , e cristalinas
Descem pelas encostas
Entoando cânticos de notas  irrequietas
Rodopiando nas “piorcas”
Como moinhos de água mole
Desgastando a dureza das pedras
Abrindo inquietantes covas redondas
Profundas e arrepiantes 
Nas fragas que brilham com laivos de diamantes.
Quando o sol do meio-dia
Incide sobre a mica e o quartzo do granito.

 Perdem-se os nossos olhos no espanto
Do encanto que nos atrai e conquista
Sempre que olhamos a garganta.
Seja de cima ou de baixo
Silenciosa e bela
Convidando-nos a segui-la.

Autor: José Manuel Alves