quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Navegando no Sado






Sonho
Sonhei que caminhava sobre as águas
Num navegar perfeito sobre as ondas.
Ai! As vagas adormecidas
Caladas e cambaleantes
Como cordeiros enfeitiçados na boca do lobo.
Havia o murmúrio dos remos cortando a maciez da maré.
E a esperança de alcançar as margens do meu sonho sonhado.
Onde me levarão estas trevas impuras
Porque brilham ao longe teus olhos ardentes
Porque não descansa esta febre de acordar
Este delírio inconsciente que me mantém erguido.

Sonhei que passeava sobre as águas
Num navegar perfeito sobre as ondas
Por entre reflexos de lenços brancos
 Acenando despedidas
Porque não brilham ao longe os faróis que me norteiam
Porque se calam as vozes que me guiam
Ai ! Estas vagas adormecidas
Esta preguiça de adivinhar
Que braços aflitos restaram na praia
Que ao longe me viram naufragar.

Autor: José  Manuel Alves





segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O Paraíso


A gruta



A Natureza



Olho a Natureza e o que sinto?

A pele arrepiada, os olhos esbugalhados

O inconformismo de não entender

Porque nos surpreendemos e exaltamos

Quando sentimos

O aproximar do incompreensível manifesto

Do universo pleno

Incomensurável mas simplicista

Que nos seduz e reduz

À insignificância do nada.



Autor: José Manuel Alves





segunda-feira, 5 de agosto de 2013

LORIGA DE OUTRA COR


LORIGA DE OUTRA COR

Fotografei-a de lado
De cima e por baixo
Percorrendo a Vila inteira
Do cabeço ao mirante
Da Portela à ribeira
Num incansável desafio

Na Primavera e no Outono
De Inverno e de Verão
Nos baixios e da serra
De qualquer maneira
De verde ou de branco
Sempre me rendi de espanto
À beleza da nossa Terra.

Subi à Vista Alegre
Experimentei lá no alto
Não contente
Virei-me para poente
Soneguei a cor
Em dia de céu dramático
Com nuvens de tempestade.

Quando previa o pior
Na sua plena beleza
Brindou-me a natureza
Com esta imagem surreal.

Assim é Loriga
Infindável e apaixonante
Para quem a ousa descobrir.

José Manuel Alves