domingo, 12 de maio de 2013

CAVALGADA



CAVALGADA

No cavalgar dos meus segredos
Como pincel movido pelos teus dedos
Num universo de cores.

Amores e desamores
Deixam saudades
Espadas vivas de ansiedade!

Num galopar de verdades virtualizadas
Segues agora apressada
Égua a esmo
Num caminho de silêncio soturno
Onde a Primavera cansada dorme na valeta
Mentindo à dor que a acorrenta.

Nas grades das prisões atormentadas
Nem os verdes olhos brilham de esperança
E só os tons amarelecidos pela Invernia
Emolduram o persistente esmorecer
Das cores vivas dos prados
Dos cavalos inventados
Sobre as lezírias outrora verdejantes.
Mas, de quadros nada te direi
De quadros nada sei
Apenas adoro
A liberdade de cavalgar a toda a brida
Num caminho de consciências insubmissas.

Autor: José Manuel Alves

A FLOR




SONHOS 

Inventos de alma contrafeita

Acreditando, o sonho a tudo sabe

Inspiração surrealista e imperfeita

Reversos nebulosos da verdade



Cânticos em manhã de suavidade

Impossíveis que o coração aceita

Tentáculos rasgando a obscuridade

Ansias da alma perdida, insatisfeita



Sonhar é a vontade a correr mundo

Sobre iluminado vale profundo

Onde vive a realidade mascarada



Setas peregrinam vagueando

Como gaivotas idílicas voando

Na muda ilusão do tudo ou nada.



Autor: José Manuel Alves

sábado, 11 de maio de 2013

CAIS DOS AVIEIROS

O CAIS SAUDADE
Cada estaca é uma história
Cada história é uma lida
Cada lida é uma vitória
Cada vitória uma vida


Cada tronco é uma saudade
Cada saudade é partida
Cada partida é maldade
Cada adeus é despedida


Cada tábua é um soalho
Cada soalho um caminho
Cada caminho um atalho
Cada atalho é um espinho


Cada corda é um cansaço
Cada cansaço um gemido
Cada gemido um abraço
Cada abraço um sentido


Cada cais é uma lembrança
Cada lembrança uma dor
Cada dor é uma esperança
Cada esperança um amor.
Autor
José Manuel Alves

domingo, 5 de maio de 2013

TERNURA



TERNURA

Tantas horas passaram na sombra dos teus gestos
Tantas vezes bebi o sorriso
Dos teus olhos vigilantes
Tantas vezes as tuas mãos transbordaram de afagos
No aconchego do teu coração inquieto.

Tantas vezes escutei as palavras
Que a tua alma de incentivo me ditava
Tantas vezes choraste as minhas lágrimas
Tantas vezes me levaste pela mão
E me ensinaste caminhos.

Tantas! Tantas vezes
Tantas e tantas coisas
Que hoje guardo com ternura
No infinito tesouro das minhas recordações.

Autor: José Manuel Alves